sábado, 22 de maio de 2010
Corrida e musculação
É comum, depois de uma corrida, o atleta dizer que “tinha coração, mas faltou perna”. Um bom trabalho de resistência muscular, aliada a uma periodização adequada, com o acompanhamento de um profissional competente, resolve esse problema e ainda ajuda o corredor a melhorar seu tempo.
Até poucos anos atrás, poucos treinadores acreditavam que a musculação pudesse beneficiar atletas de esportes aeróbios. Mas a evolução do conhecimento na área e dos aparelhos para o trabalho de musculaturas específicas mudaram esse quadro. Hoje, o fortalecimento muscular, seja através do trabalho estático com pesos da musculação ou através do trabalho dinâmico dos exercícios pliométricos fazem parte da rotina da maioria dos atletas de elite e trazem benefícios para todos os níveis de corredores:
• Melhoram a habilidade de aumentar a velocidade do movimento, já que ganhando força ganha-se também potência e agilidade.
• Melhoram a eficiência e a economia da corrida, possibilitando correr mais gastando menos energia.
• Fortalecem os ossos, músculos e ligamentos, prevenindo lesões.
• Auxiliam o controle de peso e a diminuição da porcentagem de gordura no corpo.
Para as mulheres, exercícios de resistência são quase uma necessidade, já que estudos mostram que elas são mais suscetíveis a lesões no joelho devido ao ângulo dos ossos da coxa.
• Diminuem a perda de massa muscular, que se acentua a partir dos 40 anos de idade.
O trabalho de musculação é especialmente importante na fase de base, quando o corpo está aprendendo a combinar força com potência. Existem vários métodos de treinamento e exercícios, e o nível de esforço varia de atleta a atleta. Mas algumas dicas valem para todos:
1) Se possível, tenha supervisão de um bom treinador pelo menos nas suas primeiras sessões.
2) A musculação deve envolver mais de um grupo muscular, pois o ato de correr é uma seqüência de movimentos não isolados. Trabalhe grupos musculares alternados, em dias alternados.
3) A ênfase deve ser na resistência e não na força. Para isso, execute várias repetições do movimento a uma velocidade regular, sentindo a fadiga aumentar.
4) Lembre-se que o trabalho deve ser leve, bem elaborado e com cargas muito bem escolhidas. Mesmo uma margem pequena de erro nas cargas ou movimento pode acarretar lesões sérias.
5) Quando se inicia um trabalho de musculação, é comum o atleta se sentir um pouco “preso”, com uma leve perda da flexibilidade. Essa sensação costuma ser passageira e não causar maiores problemas.
6) A corrida pode ser um bom meio de se soltar após uma sessão na academia ou o trabalho com pesos pode ser feito após uma corrida leve – como você preferir.
7) Durante o período de competições, a freqüência e a intensidade do trabalho de resistência devem diminuir.
PLIOMETRIA
O trabalho pliométrico condiciona o corpo através de exercícios dinâmicos de resistência muscular. Usando saltos e pulos, a pliometria explora os ciclos musculares de extensão e contração para trabalhar a força muscular. Além de trazer todos os benefícios de um trabalho estático com pesos, a pliometria também condiciona o sistema nervoso a reagir mais rapidamente aos ciclos de extensão e contração muscular.
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